O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica evolução de 13% da movimentação financeira média das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em julho de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o índice apresenta crescimento de 5,6% frente ao mesmo período de 2023. A alta ocorreu de maneira disseminada, com maior destaque para os setores da Indústria e Comércio.
Figura 1: IODE-PMEs
(Número índice – base: média 2021=100)
Fonte: IODE-PMEs (Omie)
Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, explica que parte da diferença nos números se deve ao “efeito calendário” – foram 23 dias úteis em julho de 2024, contra 21 no mesmo mês de 2023. “Para diversos segmentos do mercado de PMEs, isso resulta em um faturamento mensal mais robusto, tornando a comparação desbalanceada”, comenta.
“Por isso, foi analisada, inclusive, a movimentação média diária de contas a receber das PMEs, que aponta para expansão de 3,2% frente ao mesmo período do ano anterior, ainda que mais contido do que a comparação entre os meses completos mensurada pelo IODE-PMEs”, explica o economista.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 701 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
O Comércio mostrou faturamento 19,4% maior em julho. Em 2023, o período registrou queda de 11,8%. O número foi puxado pelo atacado (+24,2% YoY), mas também há sinais de recuperação das PMEs do varejo nos últimos meses (+9,1%).
Já as pequenas e médias empresas da Indústria apresentaram progresso de 18,5% no faturamento, mantendo a tendência positiva que se verifica no setor no ano como um todo. Em julho, o desempenho foi sustentado, especialmente, pelas atividades de ‘Impressão e reprodução de gravações’, ‘Fabricação de móveis’, ‘Fabricação de celulose, papel e produtos de papel’ e ‘Fabricação de máquinas e equipamentos’.
No setor de Serviços, as PMEs voltaram a mostrar boa performance em julho (+6,2% YoY), após queda de 1,7% (YoY) no mês anterior. O resultado foi condicionado, especialmente, pelo avanço dos segmentos de ‘Atividades de entrega’, ‘Atividades veterinárias’, ‘Publicidade e pesquisa de mercado’ e ‘Alojamento e alimentação’.
As PMEs do setor de Infraestrutura também marcaram crescimento da movimentação financeira real (+8,6% YoY em julho/24), após dois meses consecutivos no campo negativo, com destaque para os segmentos de ‘Serviços especializados para construção’ e ‘Coleta, tratamento e disposição de resíduos’.
Beraldi ressalta o aquecimento do mercado como reflexo de alguns fundamentos da economia doméstica. Entre eles, a robustez do mercado de trabalho no país, com desemprego abaixo de 7% e avanço do rendimento médio real dos trabalhadores, o que sustenta a evolução do consumo. “É possível considerar também efeitos do afrouxamento contido da política monetária – com a Selic em queda desde agosto do ano passado. O resultado positivo no faturamento das PMEs no início do terceiro trimestre confirma a visão de manutenção do crescimento do setor no decorrer do segundo semestre de 2024”, finaliza.
Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)
Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 150 mil clientes*, cobrindo 701 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.